Blog da Estela Benetti
O projeto de unificação da alíquota de
ICMS interestadual em 4%, proposto pelo governo federal, vai impor perda
anual de até R$ 2,357 bilhões para o Estado. Tanto o governador Raimundo
Colombo, quanto o secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, avaliam
que essa perda colocará o Estado numa situação dramática. Com a ajuda dos
senadores Luiz Henrique da Silveira, Casildo Maldaner e Paulo Bauer, estão
fazendo pressão, em Brasília, para que o projeto não seja aprovado, mas está
difícil porque o governo federal e a maioria dos estados quer isto, sob o
argumento de acabar com a guerra fiscal. O governo federal prometeu criar
um fundo de R$ 8 bilhões para compensar estados perdedores, mas Gavazzoni disse
que não dá para confiar muito nisso porque nem sempre a União
cumpre com os compromissos desses fundos. Somando as perdas impostas
pela Resolução 13, que unificou as alíquotas de importação em 4%, SC vai perder
mais de R$ 3 bilhões de receita ao ano, o que coloca em risco a capacidade de o
Estado pagar suas despesas, alerta Gavazzoni. A proposta de adoção da
alíquota de 4% entre estados é gradativa. Atualmente, está em 12%; em 2014
passará para 9%; em 2015, para 6% e em 2016, 4%. Pelos cálculos do governo, no
primeiro ano de redução da alíquota, em 2014, o tesouro estadual perderá R$ 681
milhões; no segundo ano, em 2015, R$ 1,666 bilhões; e em 2016, as perdas
chegarão a R$ 2,357 bilhões. Depois, seguirá em R$ 2,213 bilhões por ano,
informou Gavazzoni. Em função dessa situação, o
Estado decidiu suspender, por três meses, a cobrança maior de ICMS de compras
fora de SC, que está sendo discutida com empresas optantes do Simples. Conforme
Gavazzoni é uma situação crítica porque essa alíquota de 4% vai inibir,
também, os investimentos industriais já que o Estado não poderá mais oferecer
incentivos fiscais. Enquanto isso, a Zona Franca de Manaus vai continuar e os
estados do Norte e Nordeste terão alíquotas diferenciadas até 2015. Outro
problema é que, para se manter competitiva no Estado, a indústria local também
vai pedir alíquota de 4%, o que reduzirá ainda mais a receita estadual e
dificultar a manutenção dos serviços públicos à sociedade. Vale observar que foi em função da guerra fiscal que o Brasil
conseguiu descentralizar, um pouco, sua economia, localizada, principalmente,
em São Paulo e nos outros estados do Sudeste. Foi assim que surgiram polos
automotivos na Bahia, Rio Grande do Sul e em Goiás. E a Zona Franca de Manaus,
que vai continuar, segue tirando indústrias de outros estados, inclusive de SC.
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/estelabenetti.
Acesso em 13/03/2013.
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