Pela primeira vez na história há mais pessoas vivendo nas cidades do que no campo. É com esta afirmativa que inicia o filme demonstrando o peso das cidades na atualidade e como as pessoas se tornam cada vez mais urbanas ou dependentes da sociedade urbano-industrial.
O filme traça a evolução das cidades desde a Antiguidade como é o caso da cidade localizada entre o Rio Tigre e Eufrates na Mesopotâmia formada há 5000 anos, da cidade de Roma ou a que se localizava na atual cidade do México até os dias atuais com o auge do desenvolvimento urbano, as Megalópoles.
As cidades antigamente surgiam por três razões: por confluência de rotas comerciais, por sediar um Reino ou pelo relevo propício.
Já se referindo as cidades contemporâneas à primeira perspectiva apontada em relação é sua identidade, algo particular que cada cidade carrega seja pela sua história, forma característica ou função desempenhada seja a nível local, regional, nacional ou mundial.
Outra perspectiva é a da cidade escondida e sua infra-estrutura subterrânea, onde é citado o exemplo da megalópole londrina onde sob as ruas de Londres passam inúmeros cabos de eletricidade, telefone, fibra ótica, canalização de água, gás, tubulação de esgoto, e por fim a linha de metrô.
É elucidado que quando um londrino abre a torneira não pensa na infra-estrutura necessária para levar água até a sua residência ou quando aciona o interruptor o fabuloso sistema elétrico operante, tampouco quando aciona a descarga aonde vai parar os dejetos eliminados.
A este respeito o principal problema enfrentado pela cidade de Londres foi o destino de seus dejetos primeiramente sendo despejado em cursos de água como o Rio Tâmisa provocando uma epidemia de cólera. Para contornar o problema o esgoto passou a ser tratado com a utilização de produtos químicos diminuindo o efeito da cólera e tornando o rio um caldeirão tóxico. Por último criou-se a estação de tratamento totalmente orgânica revitalizando o Rio Tâmisa. Há pelo menos 50 anos não se vê esgoto no rio Tâmisa.
Em outro momento o filme revela que a superpopulação ou aglomerações urbanas sempre foi fator de geração de pestes no decorrer da história, com a Revolução Industrial as cidades passaram a crescer absurdamente atraindo grande contingente populacional. Não há dúvida que a Revolução Agrícola é que possibilitou o desligamento de parte da população para outras atividades tipicamente urbanas iniciando o crescimento das cidades com o desenvolvimento do artesanato, mas a política industrial de expulsão dos camponeses para formar o exército de operários necessário ao desenvolvimento da indústria alavancou o crescimento das cidades, com isso a cidade passou a ser mais do que nunca o centro da vida humana.
O caso de Portland
Nos Estados Unidos com o crescimento das cidades houve grande investimento na rede de transportes com o incentivo ao uso do veículo particular por ser do interesse da indústria automobilística e de toda a rede de serviços vinculadas a este ramo. O trânsito se tornou um caos principalmente nos centros urbanos, foram criadas auto-estradas por todo o país para facilitar o deslocamento dos veículos. Portland seguiu um outro paradigma, o uso do transporte coletivo, o prefeito na época enfrentou várias resistências, mas por fim provou que esse era o caminho mais indicado.
O caso de Brasília
Brasília foi uma cidade planejada com o propósito de mudar a capital para o centro do país e desenvolver desta forma o interior pouco habitado até então. Brasília foi o exemplo da forma que superou a função com sua infra-estrutura urbana altamente planejada não pensou no seu uso pelo homem. Ela foi construída no formato de um avião totalmente dividido por setores, o setor residencial para os burocratas, o de diversão, o bancário, o setor das tomadas de decisões e assim por diante. O plano piloto previa ainda as cidades satélites, mas aponta que embora sem infra-estrutura as favelas se tornaram mais humanas do ponto de vista da forma do que Brasília.
Nenhum comentário:
Postar um comentário