Com base no texto lido e apresentado em sala “Na Metrópole” onde é feita uma análise antropológica do papel do lazer na vida das pessoas como elemento de grande importância na construção da rede social foi desenvolvido este artigo referente ao lazer virtual muito difundido na sociedade contemporânea. Vale lembrar que o autor considera o lazer não como uma válvula de escape como o capital previa para o descanso do trabalhador, mas algo que socializa a massa e onde realmente são tecidas as relações sociais e onde o ser humano pode realmente falar sua língua, porém um imperativo moderno vem limitando esse tempo ao oferecer um novo tipo de lazer que conduz o homem a uma individualização.
Atualmente o que se presencia no bojo da sociedade é um novo tipo de lazer ligado ao entretenimento virtual onde as pessoas passam horas plugadas/ligadas a procura de diversão e prazer demonstrando a individualização do ser humano e sua aversão ao mundo exterior. O avanço da tecnologia na área de informática permitiu ao homem uma gama de serviços e lazer on-line onde basta possuir um microcomputador com modem e uma linha telefônica para ter acesso aos mais diferentes tipos de serviços e opções de lazer ao alcance das mãos e no conforto de sua casa.
Entre as opções de lazer virtual disponíveis está a Internet que permite ao usuário navegar pelos mais diferentes sites de entretenimento para assistir filmes, ouvir músicas, os canais de bate-papo, o Orkut, uma espécie de álbum digital onde o usuário pode colocar suas fotos preferidas e seus dados pessoais, além dos jogos on-line. O usuário ao desfrutar do lazer proporcionado pelo mundo digital não compartilha mais os equipamentos coletivos como uma praça onde as pessoas se reúnem para conversar, um café, deixando de realizar experiências significativas e que realmente valem a pena. Claro que não é pretensão dessa afirmativa dizer que o lazer virtual põe em risco o lazer tradicional, apenas conclui que as pessoas dedicam seu curto tempo de folga com este tipo de lazer talvez por comodidade, economia ou até mesmo por esse espaço ser mais receptivo e atraente, estando descansado para o dia seguinte de trabalho.
Se voltarmos no tempo veremos que o rádio já ocupou seu lugar como lazer ao transmitir músicas, jogos de futebol, radionovelas e notícias, depois vindo a televisão colocando imagem e movimento nas velhas programações do rádio, atraindo ainda mais espectadores. Mais o computador conseguiu reunir tudo em único aparelho colocando inclusive trabalho e lazer no mesmo espaço bastando um clique na tela para a pessoa escolher entre trabalho e lazer.
A tradicional dicotomia entre trabalho e lazer na era da informática parece não ocupar mais equipamentos diferentes como outrora, e se a função do lazer tradicional é unir a do virtual é individualizar e empobrecer culturalmente o ser humano visto que ele executa o mínimo de ícones possíveis e o programa já apresenta os resultados esperados, além do que ele não precisa nem pensar, nem ao menos refletir, pois cada idéia se encontra em um lugar sem haver choques entre elas, ao contrário de uma conversa que há opiniões divergentes e que a pessoa precisa exercitar sua argumentação e assim cumpre-se a função do capital que é a alienação do trabalhador.
da Aldeia a Megalópole
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