sábado, 16 de abril de 2011

Geografia de Santa Catarina: Aspectos físicos e humanos

O Estado de Santa Catarina está localizado no sul do território brasileiro e juntamente com os estados do Paraná e Rio Grande do Sul formam a Região Sul. Santa Catarina é o menor estado dessa região com uma área de 95.346,18 km2 representando 16,51% da região sul e 1,12% do território brasileiro, tendo uma população estimada em 2009 de 6.118,743 milhões de habitantes. O Estado possui 293 municípios, cuja capital é Florianópolis, tendo como municípios mais populosos em 2007: Joinville (497.331), Florianópolis (408.161), Blumenau (299,416), São José (201.746) Criciúma (188.557), Chapecó (174.187), Itajaí (172.081), Lages (167.085), Jaraguá do Sul (139.017) e Palhoça (130.878).

Dados Gerais

Habitante: Catarinense ou barriga-verde
IDH (2005): 0,840 (2º) – IDH Brasil (2007):0,813
Expectativa de vida (2005): 75,3 anos – Brasil (2007): 72,4 anos
População urbana (2000): 78,7%
PIB estadual (2007): R$ 104.623 bilhões (7º)
PIB per capita (2007): R$ 17.834 mil (5º)
Composição do PIB (2003): 48,5% indústria, 37,2%s serviços, 14,3% agropecuária

Os povos indígenas

A História dos povos indígenas em  Santa Catarina podemos dizer que é a História de povos invisíveis. Os historiadores raramente tratam do assunto e quando tratam repetem sempre as mesmas fontes, além de dar pouco valor a contribuição deixada por estes povos. Os grupos indígenas históricos que viviam em nosso estado, descritos pelos europeus a partir do século XVI, ocuparam diferentes áreas do atual território catarinense. Vale ressaltar que estes povos sabiam que estavam perdendo suas terras e por isso lutaram como podiam para permanecer no seu espaço e desta forma assumiram importante papel histórico, mesmo que sendo dentro de uma visão etnocêntrica européia.
Os Cários ou Carijós que habitavam a faixa litorânea desde a atual cidade de São Francisco até o norte do rio Grande do Sul, incluindo a ilha de Santa Catarina. Por sua posição geográfica será este o primeiro grupo a ter contato com o europeu, a partir de 1500 onde se estabeleceu um comércio de escambo entre os navegadores europeus e os Cários. Já na segunda metade do século XVI até meados do século XVII os Cários sofrerão a ação de duas instituições coloniais com as bandeiras de apresamento, promovidas pelos vicentistas e as tentativas feitas pelos padres jesuítas de os reduzirem a missões para sua catequese. Pertencentes ao grupo lingüístico Tupi-guarani eram sedentários tendo territórios definidos.
Os Kaingang habitavam os campos de cima da serra, ocupando a região que vai atualmente do Rio Grande do Sul, próximo a São Leopoldo até o Paraná e São Paulo. O contato mais intenso com os brancos ocorreu no final do século XVII e no século XVIII, devido às bandeiras vicentistas e ao início da ocupação do Planalto pelas fazendas de criação de gado, culminando com a fundação de Lages, durante o ciclo do Tropeirismo. Pertencentes ao grupo lingüístico Jê, eram seminômades vivendo da caça e da coleta do pinhão.
E os Xokleng habitavam a região da Mata Atlântica, entre o litoral e o planalto, desde o Norte do Rio Grande do Sul até o Sul do Paraná, ocupando ainda os pinheirais das bordas do Planalto catarinense. Seu contato com os brancos ocorreu no final do século XVIII e intensificou-se na segunda metade do século XIX até o início do século XX. Pertencentes ao grupo lingüístico Jê eram nômades não tendo território definido, vivendo da caça e da coleta. A intensificação dos ataques a partir de 1850, no Norte do estado e a partir de 1880, no Sul de Santa Catarina reflete a penetração do imigrante europeu no território tradicional do grupo, que devido a isso se restringia cada vez mais. O próprio governo e particulares se encarregaram de exterminar os indígenas, “para limpar o mato”, como às vezes é referido.

Negros

A invisibilidade do negro, negando sua existência como forma de resolver a impossibilidade de bani-lo totalmente da sociedade é algo marcante na história do Estado.
Vários historiadores insistem em falar da insignificância numérica ou ausência de um grande sistema escravista voltado para a exportação para reduzir sistematicamente a participação do escravo na economia catarinense, e não raramente afirmam que as relações no sul eram mais democráticas e igualitárias decorrentes do modelo econômico implantado e menor contingente de escravos, tentando reduzir o peso do sistema escravista.
Durante o século XVIII e o XIX a mão de obra escrava foi importante, sobretudo nas armações baleeiras, embora não sendo enquadradas nas atividades de grande porte foram significativas para a economia do Estado.
No século XIX e início do século XX o escravo negro tinha participação em todas as atividades econômicas da ilha como nos engenhos de açúcar, de farinha, na agricultura e na pecuária, embora os historiadores insistem em enfatizar a pouca participação do escravo na economia, tornado-os invisíveis historicamente e socialmente.
O governo brasileiro, após a separação de Portugal intensificou o branqueamento da população, para, segundo o governo, trazer uma brasilidade. Isto é evidenciado com a grande leva de imigrantes europeus para o Brasil, nos séculos XIX e XX.

Colonização

Santa Catarina num primeiro momento esteve ligada a defesa da costa, como ponto de apoio da navegação marítima para o Prata, e no interior, como rota do gado e uma pequena produção voltada para o abastecimento local.
No século XVII é que de fato começam as primeiras atividades colonizadoras no estado, com a implantação de alguns povoados como o de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco (1658), o de Nossa Senhora do Desterro (1662) e o de Santo Antônio dos Anjos da Laguna (1682). Em meados do século XVIII, os paulistas estabeleciam pousos que com o tempo transformaram-se em povoações. Formava-se assim outro núcleo básico do povoamento catarinense: Lages, fundada em 1770.
Em 1750 Portugal procurando resolver os problemas do excesso de população no arquipélago dos Açores e ao mesmo tempo efetivar a ocupação do território catarinense, enviou várias levas de colonos daquele arquipélago e da Ilha da Madeira, para se juntarem ao contingente vicentista já engajado no desenvolvimento da agricultura no litoral. Alguns desses colonos seguiram para o território gaúcho.
No século XIX, ocorreu a imigração européia, sobressaindo os colonos alemães e italianos e em menor escala os eslavos. Esta colonização era feita por Companhias particulares, como a Sociedade Colonizadora de Hamburgo fundando a Colônia Dona Francisca, a Colônia Blumenau fundada por um particular Dr. Hermann Blumenau, a Sociedade Colonizadora Hanseática, fundando a Colônia de Hamônia (atual Ibirama).
A partir de 1910, com a vinda dos ítalo-brasileiros do rio Grande do Sul, foram ocupadas as áreas marginais dos vales do rio do Peixe e do Uruguai e paulatinamente o Médio e Extremo-Oeste.

Dinâmica sócio-espacial catarinense

Litoral (Formação vicentista/açoriana): Para a coroa portuguesa o litoral catarinense servia, num primeiro momento, para atingir a região do Rio da Prata. Os primeiros povoadores foram náufragos, como, por exemplo os sobreviventes de uma embarcação da expedição de João Dias Solis, os quais integraram-se à comunidade indígena na região onde hoje temos a grande Florianópolis. Aparecem ainda alguns desertores de expedições como a comandada por D. Rodrigo de Acunã e da comandada por Sebastião Caboto, em 1526. Em 1672, o bandeirante Francisco Dias Velho, partindo de São Paulo, funda a povoa de Nossa Senhora do Desterro, acompanhado de sua família e índios domesticados. Seu objetivo era a produção agropastoril. Alguns anos mais tarde acontece a morte de Dias Velho e a conseqüente retirada de seus familiares. O litoral catarinense passa então a fazer parte mais efetiva dos interesses político-econômico da metrópole. A colônia se expandiu, provocando rápido desenvolvimento de alguns setores da economia, como o desenvolvimento das armações baleeiras por toda a costa catarinense. Em 1748 chegam as primeiras levas de açorianos e madeirenses para povoarem a região. O objetivo da coroa com isso era de utilizá-los para desenvolver a região e ter um exército para uma eventual defesa.
Planalto (Economia tropeira, caboclos): Com a grande criação de gado que havia no Rio Grande do Sul e a necessidade de trazê-los até o mercado consumidor da época (séc. XVIII), os tropeiros fizeram o caminho que atualmente é utilizado pela Rodovia BR 116. Por este caminho foi se desenvolvendo paradouros que mais tarde foram se transformando em cidades, como Lages e Pouso Redondo (daí o nome). Por isso muitos dos tropeiros que iam passando nestas áreas foram se fixando nestes locais, trazendo também a criação de gado, ja que havia abundância em pastagens e clima propício para tal criação. Ao fim do século XVIII e início do século XIX o governo imperial iniciou a implementação de uma estrada de ferro que ligasse São Paulo a Santa Maria, passando por Lages. Assim, como havia grande necessidade de mão de obra foram solicitadas grandes levas de caboclos nordestinos. Estes, alguns acabaram se fixando pela região, adonando-se de terras pertencentes ao governo imperial. Ao fim da construção da estrada de ferro o governo não levou os caboclos de volta para o nordeste e assim permaneceram e hoje constituem parte da população da região. Ao fim do século XIX e começo do século XX, com a decadência da venda de gado houve a necessidade de continuar com o comércio. Desta forma iniciou-se a retirada e o corte das árvores sobretudo o pinheiro, árvore de alta qualidade, preço elevado e abundante na região. Com a escassez das árvores deu-se então início a decadência econômica da região, com a migração de grande parte da população para outras regiões (grande Florianopólis em especial). Alguns fazendeiros continuam com suas criações, competindo com outras regiões do estado e do país. Atualmente há grande propaganda turística para a região, com a criação de hotéis fazenda. Também se destaca a produção de celulose, com a empresa Klabin na região.
Vales Litorâneos (Colonização alemã e italiana): No século XIX, entre 1850 e 1900, os vales atlânticos foram ocupados por alemães (Região de Joinville e Vale do Itajaí) e italianos (Criciúma e algumas áreas do Sul). As áreas alemãs se industrializaram em vista da imigração de alta qualidade: pequenos industriais e comerciantes, engenheiros e operários especializados, forçados a abandonar a Alemanha por causa das crises econômicas. Suas cidades nasceram a partir da atividade industrial. A atividade têxtil de qualidade conhecida nacionalmente (Artex, Hering, etc.) predomina no baixo Vale Itajaí.
O sul passou por radical transformação com o advento da primeira guerra mundial: as empresas brasileiras compravam carvão de outros países e se viram forçadas a comprar internamente, com a ajuda de leis governamentais, que estimulavam o carvão nacional. Hoje a produção carbonífera do sul do estado é a maior do país.
Vale do Peixe e Oeste catarinense (Migrantes do Rio Grande do Sul): Estimulados pelos excedentes populacionais das velhas colônias italianas e alemãs do Rio Grande do Sul, formaram-se grandes companhias colonizadoras que lotearam o vale do rio do Peixe e o oeste catarinense, com cidades, chácaras e colônias previamente marcadas. Essas áreas nasceram no século XX (a partir de 1900) numa época em que o crescimento urbano incentivou a produção agrícola. Assim a agricultura dessas áreas nasceu ligada ao mercado consumidor. Surgiram diversas culturas como moinhos de trigo e frigoríficos de suínos, todos de iniciativas locais e modestos. O pequeno comércio colonial export-import deu origem a empresas em várias atividades, como a Saulle Pagnoncelli S/A, Sadia e  Perdigão, que além de trabalharem com alguns produtos que conhecemos, também fazem parte de diversos setores: curtume, madeireira, moinho de trigo, criação de ave, suínos e bovinos, comércio em geral (atacado e varejo), transporte de carga aéreo e rodoviário, alem de depósitos em diversas cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Algumas dessas empresas inclusive fizeram surgir cidades: Saulle Pagnocelli: Joaçaba/ Herval d’Oeste, Sadia: Concórdia, Perdigão: Videira.

Divisão Regional

Santa Catarina está separada em subdivisões geográficas denominadas mesorregiões e microrregiões, e em subdivisões administrativas denominadas municípios. As mesorregiões compreendem as grandes regiões do estado, unidas por laços geográficos, demográficos e culturais. Atualmente existem seis mesorregiões em Santa Catarina, sendo elas a da Grande Florianópolis, Norte Catarinense, Oeste Catarinense, Planalto Serrano, Sul Catarinense e Vale do Itajaí. Há atualmente vinte microrregiões geográfics, são elas a de Araranguá, Blumenau, Campos de Lages, Canoinhas, Chapecó, Concórdia, Criciúma, Curitibanos, Florianópolis, Itajaí, Ituporanga, Joaçaba, Joinville, Rio do Sul, São Bento do Sul, São Miguel do Oeste, Tabuleiro, Tijucas, Tubarão e Xanxerê.
Já os 293 municípios presentes no estado, são divisões administrativas que possuem relativa autonomia e concentram um poder político local. O sistema local também funciona com três poderes, sendo o executivo a Prefeitura, o legislativo a Câmara de Vereadores e o judiciário o Fórum Municipal. Atualmente Santa Catarina é dividida em 36 regiões ou Secretarias de desenvolvimento Regional.

Agricultura e Pecuária

Santa Catarina é um dos principais produtores de alimentos do Brasil. O setor agrícola representa 14,3% do PIB estadual devido à qualidade do solo, alta produtividade e distribuição fundiária equilibrada. A agricultura familiar em Santa Catarina representa mais de 90% da população rural. Estas 180.000 famílias de agricultores ocupam somente 41% da área dos estabelecimentos agrícolas, mas são responsáveis por mais de 70% do valor da produção agrícola e pesqueira do Estado.
Quanto à estrutura fundiária, segundo o levantamento agropecuário realizado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural no biênio 2002/2003, o Estado de Santa Catarina possuía um total de 187.061 estabelecimentos agropecuários, sendo que 167.335 (89,5%) dos estabelecimentos tinham até 50 hectares e os 19.726 (10,5%) estabelecimentos restantes tinham mais de 50 hectares. Os dados traduzem a importância das pequenas propriedades na estrutura fundiária catarinense. Já na região do Planalto Serrano vamos encontrar latifúndios.
Santa Catarina é o maior produtor brasileiro de suínos (24% do total nacional) e o segundo de frangos (19,6%). O sucesso destas atividades se deve a um eficiente sistema de integração entre empresas agroindustriais e produtores rurais. As exportações catarinenses de carnes de aves representam 36% das exportações brasileiras, enquanto nas carnes suínas essa proporção chega a 54%.
O principal produto agrícola de Santa Catarina é o milho, cultivado no planalto basáltico, que fornece ração para a criação de suínos. Seguem-se a soja, o fumo, a mandioca, o feijão, o arroz (cultivado com irrigação nas várzeas da baixada litorânea e do Vale do Itajaí, a banana e a batata-inglesa. O estado é também importante produtor de alho, cebola, tomate, trigo, maça, uva, aveia e cevada.

Complexos Industriais de Santa Catarina

A atividade econômica de Santa Catarina é caracterizada pela divisão em pólos: agroindustrial (Oeste), eletro-metal-mecânico (Norte), madeireiro (Planalto), têxtil (Vale do Itajaí), mineral (Sul), tecnológico (Capital) e turístico (praticamente todo o Estado). Tal concentração não impede que muitas cidades e regiões desenvolvam especialidades diferentes, fortalecendo outros segmentos. É o caso, por exemplo, da tecnologia. Em 1992, foi criado o primeiro parque tecnológico do Estado (Tecnópolis) em Florianópolis, para impulsionar a economia local com uma indústria não-poluente, que não comprometesse a inegável vocação turística da ilha. Passados dez anos, Blumenau (têxtil) e Joinville (metal-mecânico) abrigam núcleos para o desenvolvimento de softwares que rivalizam com a capital.
Pólo Eletrometalmecânico (Nordeste: Joinville, Jaraguá do Sul);
Pólo Têxtil (Vale do Itajaí: Blumenau, Brusque);
Pólo Tecnológico (Grande Florianópolis);
Pólo Mineral: Carvão, Cerâmica (Sul: Criciúma, Tubarão);
Pólo Florestal: Madeireiro e Moveleiro (Planalto Norte: São Bento do Sul, Mafra), Papel e Celulose (Campos de Lages);
Pólo Agroindustrial (Oeste: Chapecó, Concórdia)

Setor Terciário: Comércio, Serviços e Turismo

O Estado de Santa Catarina possui um território cheio de contrastes, as serras se contrapõem ao litoral de belas praias, baías, enseadas e dezenas de ilhas. Na arquitetura, vários municípios mantêm as construções típicas da época da colonização, enquanto a capital, Florianópolis, é uma cidade de edificações modernas e sofisticadas, marcada pelos esportes náuticos e pelos campeonatos de surfe.
Somando os veranistas, os participantes de eventos – inclusive aqueles que freqüentam as grandes festas de outubro –, os turistas da terceira idade e os peregrinos que visitam o Santuário de Santa Paulina, o turismo em Santa Catarina mobiliza aproximadamente 8 milhões de pessoas por ano, quase o dobro de sua população – este número inclui estrangeiros, brasileiros de outros estados e catarinenses em viagem dentro do próprio Estado. Somente na temporada de verão são cerca de 3 milhões de visitantes, dos quais 70% vêm de fora do Estado (61% brasileiros e 9% estrangeiros), que geram uma receita estimada em US$ 777 milhões.
Embora Santa Catarina seja reconhecida pela força de sua indústria, os demais setores produtivos exibem igual pujança. A área de serviços emprega mais gente que a indústria e a de comércio é a que apresenta o maior número de estabelecimentos. O Estado tem, ainda, mais de 100 mil trabalhadores atuando em outros setores, como agricultura, pecuária, pesca, construção, produção e distribuição de eletricidade, gás e água.

Infra-estrutura de Transportes

Principais rodovias: BR 101 (litoral), BR 116 (Planalto Serrano) e BR 153, (Região de Concórdia), cortam o estado de norte a sul, BR 282 (Florianópolis – São Miguel do Oeste) e BR 470 (Navegantes Campos Novos) ligam o litoral ao oeste catarinense.
Principais portos: São Francisco do Sul (Estadual), Itajaí (Municipal), Imbituba (Privado), Porto de Navegantes (Privado) e Porto de Itapoá (em construção).
Principais ferrovias: Mafra – São Francisco do Sul (Porto)
Mafra – Divisa do Rio Grande do Sul (via Lages)
Ferrovia Tereza Cristina (Sul do Estado)
Principais aeroportos: Internacionais: Florianópolis e Navegantes, além de aeroportos regionais como os de Joinville, Chapecó, Blumenau, Lages e Forquilhinha/Criciúma.

Aspectos físicos

Geologia: A geologia de Santa Catarina pode ser classificada em cinco grandes domínios: Embasamento Cristalino, Cobertura Vulcano-sedimentares Eo-Paleozóicas, Cobertura Sedimentar Gonduânica, Rochas efusivas (Formação Serra Geral) e Cobertura Sedimentar Quaternária.
Embasamento Cristalino: Engloba o conjunto de rochas mais antigas do Estado de Santa Catarina, incluindo diferentes tipos de litologias, cujas idades vão desde o Arqueano (mais de 2,5 bilhões de anos) até o final do Proterozóico (cerca de 570 milhões de anos). As principais associações litológicas são constituídas por granulitos (Nordeste do estado), Gnaisses e Migmatitos (Sudeste do estado), xistos e filitos (porção centro-leste do Estado, na região de Brusque, Blumenau e Itajaí) e granitos (distribuem-se em toda a porção leste do Estado, desde as imediações de Joinville até a região ao Sul de Tubarão).
Cobertura Vulcano-sedimentares Eo-Paleozóicas: São constituídas predominantemente por rochas sedimentares com metamorfismo incipiente, pouco dobradas, representadas por arenitos, conglomerados, siltitos, ardósias e filitos com freqüente associação de rochas vulcânicas extrusivas.
Cobertura Sedimentar Gonduânica: São rochas provenientes do processo de sedimentação em diversos ambientes: de influência glacial, marinho de águas rasas, fluvial e ambiente desértico.
Rochas efusivas (Formação Serra Geral): Sob esta designação são descritas as rochas vulcânicas efusivas (ou extrusivas) da bacia do Paraná, representadas por uma sucessão de derrames que cobrem quase cinqüenta por cento da superfície do Estado de Santa Catarina.
Cobertura Sedimentar Quaternária: É constituída por depósitos inconsolidados ou fracamente consolidados de areias, de siltes, de argilas ou conglomerados, distribuídos ao longo da planície costeira, nos vales dos principais cursos d`água, ao longo de antigas lagunas ou próximo as encostas.

Relevo: Esquematicamente, o relevo do Estado de Santa Catarina dá origem a três regiões principais: As planícies costeiras, representadas por uma faixa estreita ao longo do litoral, que apresentam altitudes de 0 a 200m e acompanham os vales dos rios da vertente atlântica (inclusive Vale do Rio Tijucas).
Delimitando as planícies costeiras, vêm as serras litorâneas, com altitudes entre 400 e 800m, e, em seguida, desdobra-se o planalto, com altitudes entre 800 e 1200m, que decaem em direção ao oeste até atingir o patamar dos 200m.
Uma faixa de 200 a 400m aparece como área intermediária de escarpa entre as planícies costeiras e as serras litorâneas. Ocorrendo, também, ao longo dos principais afluentes do rio Uruguai, no oeste.
As maiores altitudes do Estado situam-se numa faixa de 1.200 a 1.600m, ultrapassada somente pelo trecho meridional da Serra Geral onde se situa o morro da Boa Vista, o mais elevado com 1.827m.

Hidrografia: A Hidrografia do Estado é representada por dois sistemas independentes de drenagem: o sistema integrado da Vertente do Interior (bacia do Prata) e o sistema da Vertente do Atlântico (litoral), este formado por um conjunto de bacias isoladas. A Serra Geral é o grande divisor das águas que são drenadas para o interior e das que se dirigem para o litoral catarinense. No Norte do Estado a Serra do Mar também serve como divisor de águas.
Na vertente do interior (Bacia do Prata) temos duas bacias hidrográficas: a do Rio Iguaçu e a do Rio Uruguai. Na vertente do Atlântico temos onze bacias hidrográficas independentes, onde se destaca a bacia do Rio Itajaí, com 15.500 km2.

Clima: Circulação atmosférica: Os sistemas atmosféricos que atuam no Estado são controlados pela ação das massas de ar intertropicais (quentes) e polares (frias), sendo estas últimas responsáveis pelo caráter mesotérmico do clima. As condições do tempo dependem da atuação da Massa Tropical Atlântica (MTA) e da Massa Polar Atlântica (MPA). A Frente Polar Atlântica, resultado do contato entre a MTA e MPA é a responsável pela boa distribuição das chuvas durante o ano.
Tipos Climáticos: Segundo Koppen, o território catarinense se enquadra nos climas do Grupo C – Mesotérmico, uma vez que as temperaturas médias do mês mais frio estão abaixo de 18ºC e superior a 3ºC. Pertence ao tipo úmido (f), sem estação seca definida, pois não há índices pluviométricos inferiores a 60 mm mensais. Dentro deste tipo é ainda possível distinguir, graças ao fator altitude, dois subtipos: de verão quente (a) encontrado no litoral e no oeste, onde as temperaturas médias de verão são mais elevadas, e de verão fresco (b), nas zonas mais elevadas do planalto. Portanto, segundo Koppen, predominam no Estado os climas Cfa com verão quente e Cfb com verão fresco.

Vegetação: Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica): Compreende as planícies e serras da costa catarinense, com ambientes marcados intensamente pela influência oceânica, traduzida em elevado índice de umidade e baixa amplitude térmica.
Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucária): Transpondo as serras costeiras para o interior, penetra-se no planalto catarinense, de clima mais ameno, onde se observa a coexistência das floras tropical e temperada, compondo a floresta de Araucária.
Região da Floresta Estacional Decidual (Mata Caducifólia): No oeste catarinense, descendo o planalto, penetra-se na bacia do Rio Uruguai, por onde se estende o domínio da floresta estacional decidual.
Savana (Campos do Planalto): No planalto catarinense, face as suas características ambientais, encontram-se diversas formações campestres acompanhando geralmente as superfícies de relevo mais suave, em cuja fisionomia distinguem-se esparsamente as florestas-de-galeria e os capões-de-mata.
Áreas das formações pioneiras: Conforme o ambiente em que se desenvolvem, as formações pioneiras podem ser classificadas em: Formações de influência marinha (vegetação de restinga que cobrem as dunas), formações de influência fluvio-marinha que compreende a vegetação de mangue, e as formações de influência fluvial que desenvolvem-se sobre planícies aluviais e fluvio-lacustres podendo ser arbustivas e herbáceas.

Referências Bibliográficas:

Atlas Escolar de Santa Catarina – SEPLAN/SC, IOESC, Florianópolis, 1991.
BRANCHER, Ana (org.) História de Santa Catarina – estudos contemporâneos. Editora: Letras Contemporâneas, 1999.
CAMPOS, Nazareno J. de.; Terras Comunais na Ilha de Santa Catarina; Florianópolis; EDUFSC; 1991
MAMIGONIAN, Armen; Vida Regional em Santa Catarina; Atualidades Regionais; Ed. USP; São Paulo; 1991
LEITE, Ilka B. Descendentes Africanos em Santa Catarina: Invisibilidade Histórica e Segregação; Caderno Textos e Debates; Núcleo de Estudos Sobre Identidade e Relações Interetnicas; Editora UFSC, 1991

Sítios Consultados:

www.sc.gov.br. Acessado em 21/04/2010
www.sie.sc.gov.br. Acessado em 21/04/2010
www.ibge.gov.br. Acessado em 21/04/2010
www.santacatarinabrasil.com.br. Acessado em 21/04/2010


2 comentários:

  1. Muuito bom este conteúdo. Parabéns! Estou estudando para o concurso do CIDASC e ajudo bastante. obrigada. Ariane

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  2. Que bom que o conteúdo foi útil para você.

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