Calor continua nos próximos
dias enquanto Estado vive terceira onda de calor entre dezembro de 2013 e
janeiro de 2014
Por Cristian Weiss
O verão 2014 já é o mais
quente em pelo menos duas décadas em boa parte de Santa Catarina. E pior: não
tem data para acabar. As sequenciais ondas de calor devem permanecer pelo
Estado até meados de fevereiro, preveem os meteorologistas. Desde o início do
verão, SC enfrentou a terceira onda prolongada de calor, provocada por um
sistema de bloqueio no Oceano Pacífico, que desvia para o Atlântico as frentes
frias e mantém o tempo seco e quente no Sul do país. Se as temperaturas
permanecerem altas por mais algumas semanas, impactos no nível das bacias, na
agricultura, no abastecimento de água e de energia elétrica serão percebidos em
SC. A Defesa Civil mantém o alerta para o índice extremo de raios ultravioleta
e recomenda precaução ao se expor ao sol.
Chuva não ameniza altas
temperaturas
Dados históricos das sete
estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em SC mostram que entre
dezembro de 2013 e janeiro deste ano foi registrada a maior média de
temperaturas máximas desde 1992 na Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí e
Serra. Nas demais regiões, é a média mais expressiva de três a cinco anos. Ondas
de calor são comuns no verão e costumam durar cerca de cinco dias. Mas, por
exemplo, chegou a permanecer pelo dobro do tempo, na virada do ano, explica a
meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e Hidrometeorologia
(Ciram), Gilsânia Cruz. Nem a chuva de verão é o bastante para derrubar as
temperaturas. Projeções apontam a chegada de uma frente fria no dia 7, mas não
deve afastar o calorão de vez, pois a primeira quinzena de fevereiro deve ter
pouca chuva. Nas regiões da Capital, São João Batista, Alfredo Wagner e
Orleans, no Sul, o estado já é de alerta devido à má distribuição das chuvas em
janeiro. O curioso é que em quase todas as regiões já choveu próximo à média
histórica do mês. Em Major Vieira, no Meio-Oeste, choveu quase o dobro do
esperado. O problema é que choveu mais na primeira quinzena e depois ocorreu de
forma isolada, aponta o coordenador de Meteorologia do Ciram, Clóvis Corrêa. As
safras de milho e soja, cujos índices foram bons no início dos dois últimos
anos, podem sofrer baixas se o nível dos mananciais cair. Na Grande
Florianópolis, o calorão derrubou em 20% a produção do tomate nos municípios de
Rancho Queimado, Anitápolis, Angelina e Leoberto Leal. Nas últimas três
semanas, as lavouras de morango perderam 100% da florada, que geralmente dá a
cada 15 dias. O tempo seco e a alta exposição ao sol provoca a queima dos
frutos. Gerente regional da Epagri, José Orlando Borguezan aponta para a queda
de 10% na produção do leite em janeiro. — Se não chover até a próxima semana
haverá risco para a agricultura do Estado — alerta o gerente do Centro de
Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa), Ilmar Borchardt.
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