Nelson Mandela foi um líder
rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Seu nome
verdadeiro é Rolihlahla Madiba Mandela. Principal representante do movimento
antiapartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era
tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas
na cadeia. De etnia Xhosa, Mandela nasceu num pequeno vilarejo na região do
Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a
frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai
morreu logo depois e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do
Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16
anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental. Em
1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a
maior parte da realeza Thembu, e ali se interessou pelo boxe e por corridas.
Após se matricular, começou o curso para se tornar bacharel em direito na
Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa
amizade. Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento
estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da
universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na
Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus
estudos de direito na Universidade de Witwatersrand. Como jovem estudante de
direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos
negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de
imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso
Nacional Africano em 1942 e dois anos depois fundou, com Walter Sisulu e Oliver
Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA. Depois da eleição de 1948 dar a
vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de
segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do
Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade – documento contendo
um programa fundamental para a causa antiapartheid. Comprometido de início
apenas com atos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às
armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia
sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180. Em
1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we
Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros militantes.
Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo
e viajou para o Marrocos e Etiópia para treinamento paramilitar. Em agosto de
1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana,
sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e
incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que
Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África
do Sul (o que Mandela nega). No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela
se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor
"Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas antiapartheid
em vários países. Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em
1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada.
Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a
pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro,
aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk. Nelson Mandela e
Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993. Como presidente do
CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África
do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do
regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por
sua luta em prol da reconciliação interna e externa. Ele se casou três vezes. A
primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957
após 13 anos de casamento. Depois se casou com Winnie Madikizela, e com ela
ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o
casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça
Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano. Após o fim do
mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas
organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no
exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha
presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais
alta da Índia) e a Ordem do Canadá. Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos
atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo,
ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS
chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão. Em
junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública.
Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS. A
comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que
ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades
engajadas nessa luta. Nelson Mandela faleceu em 2013 aos 95 anos em sua casa na
África do Sul.
Disponível em: http://educacao.uol.com.br. Acesso em
09/12/2013.