Embora o autor tenha sobrevalorizado a importância da geografia física no desenvolvimento de um país achei a abordagem interessante e uma leitura leve e prazerosa. O tema Geopolítica é apaixonante e muito importante para a compreensão das relações entre os países e do próprio mundo.
Em relação a Rússia o que chama a atenção é que embora tenha um território vasto grande parte é gelado e seu acesso ao mar é limitado. O mar do norte congela por alguns meses durante o ano e o acesso pelo mar báltico depende da passagem pelo estreito de Bosforo na Turquia e depois pelo Estreito de Gibraltar entre a África e a Espanha ou pelo canal de Suez no Egito. Além do que sua população é relativamente pequena em relação a extensão territorial e as demais potências e há muito estagnada.
Em relação a China o que chama a atenção é ter que empregar e alimentar uma população muito grande formada por 1,4 bilhão de habitantes e ter se voltado por muito tempo para dentro, para seu próprio território, somente agora se preocupando com o transporte marítimo importantíssimo para o comércio internacional onde desponta como o maior exportador de manufaturados do mundo. A China embora tenha um vasto litoral tem em sua rota marítima que passar pelo estreito de Malaca entre a Indonésia e a Malásia para atingir o ocidente.
Em relação aos Estados Unidos o que chama a atenção além da extensão territorial é o fato de ter acesso aos dois principais oceanos Atlântico e Pacífico e também ao mar do Golfo do México ao sul. Outra característica é que os Estados Unidos é a maior potência militar, econômica e ideológica do mundo e tem bases militares por todo o globo.
Em relação a União Européia o interessante é a análise do conjunto de países que formam o bloco econômico e não os países separadamente. Outra questão é a proximidade da Rússia e a dependência do seu gás natural. O referido bloco econômico é formado por países muito diversos, mas tem sua força justamente por essa diversidade e pela união. A proximidade com a África é a Ásia também possibilitou a colonização desses territórios e o acúmulo de riquezas.
Em relação a África nota-se que houve uma divisão arbitrária dos territórios não levando em conta os povos existentes divididos em tribos. Não foi a toa, com povos diferentes ficava melhor de governar. A África foi colonizada e saqueada pela Europa por décadas e até hoje apresenta problemas decorrentes dessas intervenções. O continente é rico em minerais e petróleo. A China se espalha pela África rapidamente em busca de minérios, petróleo e mercado.
Em relação a Índia e Paquistão o que chama a atenção é a grande população da Índia com seus 1,3 bilhão de habitantes. Outra questão é Índia e Paquistão terem a tecnologia nuclear e serem inimigas. A Índia sendo a terceira economia do mundo logo a frente se deparará com o avanço da China.
Em relação ao Oriente Médio tal como a África foi dividida de forma arbitrária pelas potências européias não respeitando os povos com sua línguas e culturas próprias. A região é rica em Petróleo. O poder no Oriente Médio ainda é tribal sendo o Estado-nação uma abstração inventada pelo ocidente.
Em relação ao Japão e Coréia nota-se que a Coréia do Norte por possuir a tecnologia da bomba atômica se torna um ator importante na região sendo fonte de preocupação para Japão, China e Coréia do Sul. Japão e Coréia do Sul são economias altamente desenvolvidas com o uso intensivo de tecnologia.
Em relação a América Latina cabe destacar a influência exercida pelos Estados Unidos tanto do ponto de vista político como econômico e cultural. É formado por países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. A nação mais importante é o Brasil.
Em relação ao Ártico cabe destacar o degelo que vem ocorrendo onde novas rotas marítimas vem sendo possíveis de serem realizadas por maior período, além da disputa das nações árticas pelas riquezas existentes no local.
O livro faz uma análise interessante da questão geopolítica enfatizando os aspectos da geografia física de cada país ou
região. A análise embora determinista pode ser encarada como possibilita. Cada país possui características físicas que possibilitam ou não seu desenvolvimento.
Finalizando a última fronteira das nações é o espaço com o desenvolvimento de tecnologias de monitoramento e transmissões de dados (satélites) ou exploração dos demais corpos celestes.