quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Relevo terrestre e submarino


Relevo Terrestre

A superfície terrestre é composta por irregularidades e por isso apresenta-se de forma diferente em todo o planeta. Essas modificações são causadas especialmente pelos agentes modeladores do relevo que agem internamente (interior da Terra) ou externamente (fora do interior da Terra). O relevo pode ser definido como o conjunto de formas apresentadas na superfície terrestre. No mundo, existem diversos tipos de relevo, porém os principais são: as planícies, os planaltos, as depressões e as montanhas. As planícies correspondem às superfícies relativamente planas. Ocorrem fundamentalmente por meio de acumulação de sedimentos, sendo lugares desprovidos de grandes processos erosivos. Podem ser formadas quando há o acumulo de sedimentos, transportados por rios; nesse caso a planície é do tipo aluvial. Quando a planície é formada por sedimentos oriundos do transporte de águas marítimas, é denominada de planície do tipo costeira. Quando um lago é soterrado, a planície é denominada de lacustres. E, por fim, no caso de transporte de sedimentos por meio dos ventos, a planície é do tipo eólica. Os planaltos apresentam configuração de superfície ondulada ou topografia acidentada. Em áreas de relevo do tipo planalto, as altitudes não ultrapassam os 300 metros acima do nível do mar. A formação dos planaltos possui duas origens: sedimentar ou cristalina. Esse tipo de relevo passa por constantes processos erosivos. As depressões correspondem a um tipo de relevo que possui superfície localizada abaixo das áreas vizinhas ou ao redor. Existem dois tipos de depressão: absoluta ou relativa. As depressões do tipo absoluta são aquelas que estão abaixo do nível do mar, e as planícies relativas são aquelas que estão acima do nível do mar. As montanhas são elevações que apresentam grandes desníveis, vales profundos e cumes muito altos e altitudes, geralmente, superiores a 1000 metros. Os cumes podem terminar em forma de pico ou arredondados, consoante se tratem de montanhas mais recentes ou mais antigas, respectivamente.

Relevo Submarino

A superfície terrestre apresenta uma grande variedade de formas e irregularidades. Ao analisar o fundo dos oceanos também foi detectada uma diversidade de formas em sua composição. Com o desenvolvimento tecnológico alcançado durante a década de 1960, foi possível realizar análises aprofundadas do relevo submarino e estabelecer uma classificação de acordo com as diferentes formas apresentadas. O relevo submarino segue a seguinte divisão: Plataforma continental: É caracterizada por ser o prolongamento submerso dos continentes, com apenas algumas modificações promovidas pela erosão marinha ou por depósitos sedimentares. Apresenta profundidade entre 10 e 500 metros, no entanto, sua profundidade média é de 200 metros. Nesta parte do relevo submarino são obtidos os recursos minerais e é realizada a maior parte das atividades pesqueiras. Talude continental: É uma inclinação mais aprofundada que a plataforma, podendo atingir até 3 mil metros de profundidade. Bacia oceânica: Corresponde à maior superfície e se estende a partir do limite do talude continental até, aproximadamente, 5 mil metros de profundidade. É formada por extensas bacias. Dorsais: Constituem as grandes cordilheiras e acompanham, em certos casos, o contorno dos continentes. As dorsais encontradas nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico apresentam altitudes que variam entre 2 e 4 quilômetros acima do fundo oceânico, emergindo em diversos pontos sob a forma de ilhas e arquipélagos. Fossas abissais: As fossas abissais estão localizadas próximas aos continentes, e formam as regiões mais profundas do relevo submarino.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br. (Autores: Eduardo de Freitas, Wagner de Cerqueira e Francisco). Acesso em 07/11/2012
http://www.aesap.edu.pt/Geografia. Acesso em 07/11/2012

O que é uma geleira?



É uma enorme massa de gelo formada pelo acúmulo de neve. Também conhecidas como glaciares, as geleiras demoram bastante tempo para se formar: algumas delas só ganham seu tamanho final depois de 30 mil anos! A maior geleira do mundo fica na Antártida, ocupando uma área de 14 milhões de km2, ou mais que um Brasil e meio. É lá que se concentram 90% do gelo do planeta - outros 6% estão na Groenlândia, 3% nas ilhas do Ártico e 1% nas montanhas frias do globo. As geleiras podem ocorrer em áreas planas próximas aos pólos ou na forma de imensos rios de gelo que avançam lentamente pelos vales - um bom exemplo desse último tipo é o glaciar Perito Moreno, que descarrega o gelo da Patagônia em um lago na Argentina. Essa capacidade de movimento, aliás, é uma característica de todas as geleiras. Elas nunca estão paradas: ou descem morro abaixo pela ação da gravidade ou se espalham pelo solo com a força de seu peso. No caminho por onde passam, as geleiras desgastam as rochas como se fossem uma lixa, com mais rapidez e força que a água, por exemplo. Quando chegam até mares e lagos, elas dão origem a plataformas de gelo de onde se desprendem os icebergs, que até derreterem por completo podem ficar mais de dez anos viajando na água. Por falar em água, você sabia que as geleiras concentram 75% de toda a água doce do planeta? Se essa imensa reserva degelasse da noite para o dia, o nível do mar subiria cerca de 60 metros, inundando praticamente todas as cidades costeiras.

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em 07/11/2012

domingo, 4 de novembro de 2012

Ciberespaço, a ambiguidade do concreto e do abstrato

Por Marcelo Solé Wanderley - Geógrafo e aluno do curso Exclusão Digital e Ciberespaço da Fundação Cecierj


Estudar e conhecer as origens do ciberespaço e as consequências de sua existência é importante para compreendermos como espaço e sociedade estão organizados atualmente. O meio técnico-científico informacional é o requisito para a criação das redes técnicas de computadores (concreto), as quais, por meio de seus fluxos, geram o ciberespaço (abstrato). Essa distinção entre concreto e abstrato é apenas um recurso inicial para distinguir fixos de fluxos, pois o ciberespaço é composto, simultaneamente, de elementos concretos e abstratos. Entendemos o meio técnico-científico informacional como o período em que o homem não utiliza apenas o que a natureza disponibiliza, como no meio natural. Também não é apenas uma mecanização do território, como no meio técnico. Entendemos que as mudanças inferidas no território não são atribuídas apenas a máquinas, por mais modernas que elas sejam. O meio técnico-científico informacional vai além. Assim observou Milton Santos: "Neste período, os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo tempo técnicos e informacionais, já que, graças à extrema intencionalidade de sua produção e de sua localização, eles já surgem como informação; e, na verdade, a energia principal de seu funcionamento é também a informação". Neste contexto, temos a formação das redes, que normalmente têm as suas definições divididas em duas matrizes: "a que apenas considera o seu aspecto, a sua realidade material, e uma outra, onde é também levado em conta o dado social". Concordamos que devemos estudar as redes considerando tanto a realidade material da rede (concreto) como o dado social (abstrato). Só assim, conseguiremos refletir o real significado das redes, pois elas apresentam uma infraestrutura, que contém, entre outros equipamentos, cabos submarinos e satélites. Mas a rede também é "[...] social e política, pelas pessoas, mensagens, valores que a frequentam. Sem isso, e a despeito da materialidade com que se impõe aos nossos sentidos, a rede é, na verdade, uma mera abstração".  Com a criação e a utilização da infraestrutura (os fixos), surgem as trocas de informação (os fluxos). Da interação entre fixos e fluxos, cria-se o ciberespaço, que é entendido como "[...] uma dimensão da sociedade em rede, onde os fluxos definem novas formas de relações sociais [...]. As relações sociais no ciberespaço, apesar de virtuais, tendem a repercutir ou concretizar-se no mundo real. Marca, portanto, um novo tipo de sociedade". O ciberespaço é muito mais do que computadores conectados. Ele necessita de que essa rede seja utilizada e gere fluxos. Sem isso, ele não existe. Ele traz em seu bojo muito mais do que a troca de informações por redes de computadores. Em virtude da velocidade com que essas trocas se efetuam, todo um paradigma e uma relação tempo/espaço são modificados. David Harvey,  em 1993, já nos alertava sobre essa mudança, chamada por ele de compressão espaço-temporal. Como explica a professora Michéle Tancman: a velocidade dos medias eletrônicos instaura uma nova forma de experienciar o tempo, substituindo a noção de tempo-duração por tempo-velocidade e a instantaneidade das relações sociais. O tempo permeado pelas novas tecnologias eletrônico-comunicacionais é marcado pela presentificação, ou seja, pela interatividade on-line, de fato constatado nas tecnologias de telepresença em tempo real que alteram nosso sentido cultural de tempo e espaço. O progresso da técnica observado no meio técnico-científico informacional, em conjunto com a compressão espaço/tempo e com o uso das redes pelos agentes capitalistas, modificou a sociedade até um ponto que temos de concordar com Manuel Castells, que diz ser a sociedade atual uma sociedade informacional, na qual a informação não é apenas utilizada (todas as sociedades a utilizam), mas sim "[...] o processamento e a transmissão da informação tornam-se as fontes fundamentais de produtividade e poder devido às novas condições tecnológicas surgidas nesse período histórico". O ciberespaço modifica a sociedade, o trabalho, o lazer e o relacionamento entre as pessoas. Uma reunião de trabalho não necessita de que os presentes estejam em uma mesma sala, pois agora existe a teleconferência. Adolescentes se reúnem para jogarWar (jogo da Grow, empresa de brinquedos especializada em jogos de tabuleiro) pela Internet. Provavelmente, eles jogam com pessoas que nem conhecem. Mas como o espaço é afetado e como afeta a sociedade na passagem de uma sociedade industrial para uma sociedade informacional? A transição, na década de 1970, do meio técnico para o meio técnico-científico informacional não pode ser vista apenas como desenvolvimento tecnológico. O entendimento das consequências dessa mudança é o que nos permite compreender as atuais relações do homem com o território e a ascensão da produção flexível em substituição ao modo fordista de produção. Essa transição modificou o território, que sofreu um processo de cientificização, tecnicização e informacionalização, conforme explica Milton Santos: "Os espaços assim requalificados atendem sobretudo aos interesses dos atores hegemônicos da economia, da cultura e da política e são incorporados plenamente às novas correntes mundiais. O meio técnico-científico informacional é a cara geográfica da globalização". Neste momento, é interessante reforçarmos a noção de que as redes são a base física para o ciberespaço, e, em alguns trechos do nosso trabalho, rede e ciberespaço podem ser entendidos como sinônimos. Assim Milton Santos relaciona redes ou ciberespaço com espaço: As redes são a condição da globalização e a quintessência do meio técnico-científico informacional. Sua qualidade e quantidade distinguem as regiões e lugares, assegurando aos mais bem dotados uma posição relevante e deixando aos demais uma condição subordinada. São os nós dessas redes que presidem e vigiam as atividades mais características deste nosso mundo globalizado.  Essa dinâmica cria distorções e diferenciações no espaço, tanto nos países centrais como nos países periféricos. Áreas mais ou menos desenvolvidas ou espaços luminosos e espaços opacos são identificados deste modo: Chamaremos de espaços luminosos aqueles que mais acumulam densidades técnicas e informacionais, ficando assim mais aptos a atrair atividades com maior conteúdo em capital, tecnologia e organização. Por oposição, os subespaços onde tais características estão ausentes seriam os espaços opacos. Além das distorções entre países centrais e países periféricos, existe a distorção dentro dos próprios países, conforme observa Castells: Dentro dos países, há também grandes diferenças espaciais na difusão do uso da Internet. As áreas urbanas vêm em primeiro lugar, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, e as áreas rurais e as pequenas cidades ficam consideravelmente para trás em seu acesso ao novo meio [...]. O atraso na difusão da Internet em áreas rurais foi observado nos Estados Unidos, na Europa e, mais ainda, nos países em desenvolvimento. O meio técnico-científico informacional, como vimos, modificou e continua modificando o espaço e a sociedade. As redes e, consequentemente, o ciberespaço são uns dos grandes expoentes do meio técnico atual. Por isso, não podem ser desprezados ou ignorados em estudos sobre espaço, trabalho ou lazer. Se, como alguns estudiosos acreditam, a Geografia não deve ou não tem recursos teóricos para estudar o ciberespaço - embora não concordemos com isso -, é interessante reler um dos mais importantes geógrafos brasileiros: Cada vez que as condições gerais de realização da vida sobre a terra se modificam, ou a interpretação de fatos particulares concernentes à existência do homem e das coisas conhece evolução importante, todas as disciplinas científicas ficam obrigadas a realinhar-se para poder exprimir, em termos de presente e não mais de passado, aquela parcela de realidade total que lhes cabe explicar.

Fonte: http://www.educacaopublica.rj.gov.br. Acesso em 03/11/2012.